Aos 10 anos, Wendell Kauã protagonizou um gesto de amor e coragem ao doar sua medula óssea para o irmão caçula, Benjamim, de 6 anos, diagnosticado com duas doenças raras: Anemia de Blackfan-Diamond e deficiência de ADA2 (DADA2). A luta da família, que vive em São João Batista (SC), é marcada por desafios desde os primeiros meses de vida de Benjamim, mas agora, há esperança renovada.
Benjamim começou a apresentar sinais preocupantes aos 4 meses, como palidez e falta de apetite. Após muitas visitas ao pediatra, a gravidade do caso foi reconhecida: o bebê tinha níveis extremamente baixos de hemoglobina. Aos 6 meses, veio o diagnóstico de Anemia de Blackfan-Diamond, uma doença genética rara que compromete a produção de glóbulos vermelhos.
Aos 5 anos, novos sintomas apareceram: febres altas, dores intensas e infecções recorrentes. Após avaliações médicas, Benjamim foi diagnosticado com DADA2, outra condição rara que causa inflamações severas no corpo.
A busca pela cura do irmão
Com as medicações perdendo eficácia, o transplante de medula óssea tornou-se a única opção para salvar a vida de Benjamim. Testes indicaram que Wendell Kauã e o pai eram 100% compatíveis. Apesar de jovem, Kauã se mostrou determinado a ajudar o irmão.
“Ele via que o Benjamin já não conseguia brincar com ele, que passava mais tempo no hospital do que em casa”, contou a mãe dos meninos, Franciane Nascimento Vieira, à revista Crescer. Internado há quase dois anos no Instituto de Tratamento do Câncer Infantil, em São Paulo, Benjamim enfrentou diversas internações enquanto aguardava o transplante.
O transplante que trouxe esperança
Em setembro, Benjamim iniciou a preparação para o procedimento. No mês seguinte, Kauã passou pela coleta da medula óssea, que foi transplantada no dia 11 de outubro.
O gesto de Kauã emocionou toda a equipe médica e marcou um momento decisivo na história da família. Após o procedimento, o garoto recebeu medicação para aliviar a dor e teve alta no dia seguinte.
Agora, a família acompanha com esperança a recuperação de Benjamim, que segue sob cuidados médicos intensivos.