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Menino bailarino consegue bolsa para período de experiência na Inglaterra

Ser rígido e intenso, mas ao mesmo tempo leve é o que faz do ballet uma dança tão apaixonante. É o que aproximou o brasileiro Breno Betz do estilo, dando a oportunidade de uma verdadeira estrela do país se desenvolver. Hoje com 12 anos, o menino, que já treina na Escola do Teatro Bolshoi, em Joinville, recebeu uma bolsa para integral para um período de treinos em Birmingham, na Inglaterra. Como nada é fácil no ballet, ele precisa arrecadar R$ 35 mil para estar lá. Como tudo é bonito, ele está perto de conseguir. 255 pessoas já contribuíram com a campanha lançada no site vakinha.

A bolsa foi conquistada no Festival Internacional de Dança de POrto Alegre (FIDPOA) nesse ano. Mas vale contar essa história desde o início. Breno se encantou pela dança através de Michael Jackson. Sempre foi fã dos movimentos criados pelo artista e, quando tinha 6 anos, decidiu que queria fazer parecido. A mãe, Vivian Betz, recomendou que ele ingressasse no ballet, começando aí uma verdadeira saga para encontrar um local que aceitasse meninos. 

Depois de algumas recusas, a família encontrou uma academia que acolheu Breno. E automaticamente surgiu outro desafio: prepará-lo para lidar com a estigmatização e o bullying que atingem meninos que encontram no ballet uma paixão. “Sabíamos que ele ia sofrer. Explicamos que aconteceria, mas que ele teria que lidar com isso. O início foi muito pesado”, conta Vivian.

Felizmente, o talento e o amor pelo que se faz costumam ter mais força do que o ódio. Breno foi vencendo obstáculos e se destacando, até que uma bailarina profissional o observou em um treinamento e sacramentou: uma estrela nascia. “Mandou um áudio para a academia dizendo que ele prometia ser um grande nome para o Brasil. Mexeu muito comigo, um talento sendo descoberto”, lembra a mãe.

Mais adiante, Breno fez o curso da Escola do Teatro Bolshoi, em Joinville, e saiu de lá decidido a fazer a audição para fazer parte do grupo assim que tivesse idade. Não deu outra: no ano seguinte realizou o teste e foi aprovado, mudando para sempre a vida da família.

Vivian e o marido, Rodrigo, se mudaram com Breno e o irmão, Kauã, para Joinville para oportunizar ao menino fazer parte da principal academia de ballet do mundo. Uma decisão que apresenta desafios a cada dia, como no valor pago pelos caros equipamentos da dança, mas que se prova acertada a cada nova etapa na carreira do garoto. “O meu maior prazer é ver a evolução dele, mas principalmente ver que faz bem para o meu filho”, define Vivian.

Em 6 anos de ballet, Breno, que hoje dança também pela escola Germana Saraiva, elege como o mais encantador no estilo a sutileza que é construída à base de muito treino e dedicação. “Gosto de fazer coisas que me desafiem. E me encanta algo que é tão sutil e difícil ao mesmo tempo.”