No Ministério Público do Pará, um marco histórico foi estabelecido com a posse de Karoline Bezerra Maia, a primeira promotora de Justiça quilombola do Brasil. Sua trajetória inspiradora, oriunda da comunidade quilombola de Jutaí, no município de Monção, no Maranhão, ressalta não apenas sua conquista pessoal, mas também o avanço na representatividade dentro do sistema jurídico nacional.
Karoline Maia, em entrevista à Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), expressou sua emoção no momento da posse, descrevendo-o como um “êxtase” de felicidade e realização. “Transbordava de felicidade, satisfação e realização não apenas pessoal, mas de toda a minha família, dos meus pais, que não estão mais presentes fisicamente, de toda a minha ancestralidade”, destacou.
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Nascida em uma família de seis irmãos, filha de pais analfabetos, Karoline se tornou a primeira de sua família a concluir o ensino superior. Sua jornada foi marcada por desafios, conciliando o trabalho em um escritório de advocacia com os estudos e a preparação para concursos públicos. Foi através do Projeto Identidade da ANPR que recebeu suporte, incluindo uma bolsa de R$ 2,5 mil durante seis meses, para seu preparo.
Como planos futuros, Karoline destacou o compromisso de exercer sua função com excelência, visando garantir os direitos sociais, especialmente da população quilombola, indígena e tradicionais. Sua ascensão não apenas representa uma vitória pessoal, mas também um símbolo de esperança e inspiração para comunidades marginalizadas em todo o país.