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Mãe ganha força para vencer doença ao acompanhar a filha ginasta

Toda vez em que a pequena ginasta gaúcha Ana Clara Simões, de 12 anos e atleta do Grêmio Náutico União, precisar de leveza para encarar uma competição, a mãe, Camila, estará ali para conferir. E sempre que Camila precisar de leveza para enfrentar os desafios do câncer de mama, a filha estará ao lado para garantir. É assim que as duas seguem suas trajetórias, confiantes nas vitórias e tendo uma a outra em todos os momentos, sejam eles bons ou desafiadores.

Ana Clara começou na ginástica logo aos 5 anos. Antes ainda, já fazia ballet e jazz desde os 3. O contato com o esporte, conta a mãe, veio ao assistir ao filme Vitórias de uma vida, inspirado na história da norte-americana Gabby Douglas, a primeira ginasta negra dos Jogos Olímpicos. 

Quando Ana Clara começou na ginástica, Camila já travava batalha contra o câncer, descoberto aos 28 anos. E desde então, mesmo com todas as dificuldades que a doença pode trazer, optou por seguir a filha nos campeonatos disputados pelo Brasil. 

Em 2023, a dupla esteve em cidades como Salvador (BA) e Anápolis (GO). Neste ano, Camila viu, por exemplo, a filha ganhar o ouro por equipes, nas paralelas e na trave no Campeonato Estadual, onde também ficou com o bronze no solo e com o 3º lugar no individual geral. No último final de semana, no Campeonato Brasileiro Juvenil, a menina foi 4º lugar na trave e 8º no individual geral. 

No ano anterior, Ana Clara já havia sido campeã estadual por equipes, campeã estadual na trave, bronze no Campeonato Estadual nas paralelas assimétricas e 11º lugar no individual geral no Campeonato Brasileiro.

 

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O resultado não é acaso, mas sim muita dedicação da menina para sempre evoluir dentro de uma modalidade que exige das atletas muito e muito cedo. O papel de Camila é exatamente encontrar o equilíbrio entre manter a filha focada e fazê-la entender que, antes de tudo, é preciso se divertir. “Um grande desafio é fazer com que ela mantenha a saúde mental dela em dia para suportar a carga de treino e os obstáculos da minha doença”, comenta a mãe.

O esforço é muito, mas recompensante a toda vez em que Ana Clara sorri ao final de cada competição e evolui, como atleta e como pessoa. “Acompanhar ela me traz muita força para continuar esse tratamento, que todos sabem que não é fácil, para poder ver ela brilhando muito tanto no esporte quanto em qualquer outra coisa que ela se propõe a fazer. Vivemos juntas, sonhamos juntas e somos a força uma da outra.”

 

 

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Do outro lado, claro, o sentimento é o mesmo. Ana Clara sente-se segura e feliz ao ver Camila vibrando do lado de fora. “Ela é torcedora, nos apoia e incentiva a mim e a toda a minha equipe! Todas as minhas amigas da ginástica gostam dela. Independente do resultado ela sempre fala que é pra eu entrar e me divertir que o resultado e a medalha são consequências.”

Para o próximo ano, Ana Clara pretende disputar os campeonatos estaduais, brasileiros, Jogos da Juventude e Campeonato Sul-Americano. Em todos eles, uma única certeza: Camila estará ali do lado, forte e pronta para dizer: “Te diverte, minha filha!”