É com passos de dança que os bailarinos do Grupo Impacto, de Viçosa (MG), fazem as próprias revoluções. A próxima está perto de acontecer. Em agosto, eles viajam para Holanda e Bélgica para apresentar “Baobás”, espetáculo que discute questões importantes para negros e indígenas brasileiros. Para que consigam viabilizar a turnê, eles criaram uma campanha no site Vakinha. É possível contribuir através do link.
Com uma história que começou há 25 anos, o grupo é formado por onze bailarinos que começaram suas trajetórias na dança através de projetos socioculturais. Profissional desde 2009, o Impacto fez a primeira turnê internacional em 2018, na Bélgica e na Holanda, e voltou à Europa em 2022, dessa vez para apresentações em cinco cidades portuguesas.
A terceira vez do grupo no continente ocorrerá em agosto, no Theater Festival Boulevard, na Holanda, e no Theater op the Market, na Bélgica. Por lá, os dançarinos apresentarão “Baobás”, um espetáculo que trata das crenças, raízes e relações sociais brasileiras, sobretudo na perspectiva do povo negro e indígena. “Imponente como a árvore africana que dá nome ao trabalho, o povo negro encontra formas de existir e resistir. Baobás também denuncia as relações sociais, que historicamente negligenciam minorias”, diz a sinopse.
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Para a diretora do Grupo Impacto, Patrícia Lima realizar a terceira turnê internacional é mais uma oportunidade de apresentar a potência e a qualidade do trabalho artístico desenvolvido no interior do Brasil. “O grupo leva a força da cultura e da arte brasileira para o público estrangeiro conquistando novos olhares no exterior e no próprio país”, reflete.
Fundado por bailarinos negros vindos de projetos socioculturais, o Impacto é, também, exemplo da revolução possível através da arte no Brasil. A prova de como o investimento em cultura, arte e educação não apenas capacita os jovens, mas promove crescimento pessoal e desenvolve cidadania. “A dança abriu horizontes para a educação e para o trabalho, sendo fundamental para que os bailarinos buscassem a formação superior e alcancem novos nichos sociais. Todo o grupo é referência e destaque em suas comunidades, na cidade e em toda a região da Zonada da Mata mineira, e seguem criando e fortalecendo o sentimento de valorização pessoal e pertencimento destes jovens”, relata Patrícia.
Além dos espetáculos, os bailarinos trabalham como professores de dança nos projetos socioculturais Centro Experimental de Artes e no Projeto Passos para um Futuro.
Grupo Impacto busca ajuda para bancar turnê
Para que “Baobá” possa ser executado na Holanda e na Bélgica, os bailarinos precisam arrecadar R$ 20 mil. Uma campanha foi criada pelo grupo no site Vakinha para ajudar nos custos. É possível contribuir através do link.