A realidade da manhã do dia 3 de dezembro foi, para Letícia Siqueira, melhor do que uma noite de bons sonhos. No espaço de uma madrugada, o valor necessário para a compra de um medicamento que pode salvá-la já havia sido arrecadado. R$ 30 mil que não são apenas dinheiro, mas a prova de que o amor colore a alma, revigora a mente e fortalece o corpo.
A luta de Letícia é contra um câncer colorretal metastático. Recentemente, ela passou por uma grande cirurgia que removeu as metástases presentes no corpo, mas ainda restam células cancerígenas que precisam ser eliminadas. E, de acordo com exames recentes, uma nova medicação pode favorecê-la nesse embate.
Trata-se da Cetuximabe, uma quimioterapia que será utilizada junto à Folfox, que Letícia já faz atualmente. Aliadas, elas podem melhorar o prognóstico e até aproximá-la da cura. O problema está no custo: R$ 30 mil mensais, não cobertos pelo plano de saúde. Letícia entrou na Justiça solicitando o medicamento, mas a sentença pode demorar.
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Surgiu, daí, a possibilidade de criar uma vaquinha com o intuito de arrecadar o valor necessário para viabilizar a Cetuximabe enquanto Letícia não consegue por vias judiciais. Uma decisão que demorou para ser maturada, ela conta, mas que se mostrou bastante acertada. “Eu vinha de uma fase muito desanimada, após a cirurgia e a negativa do plano de saúde. As pessoas diziam para eu criar a campanha, mas eu me sentia frágil, pois pedir dinheiro mexe com orgulho. Mas decidi que a minha saúde era mais importante.”
Letícia criou a campanha, foi dormir e, ao acordar, se deparou com mais de R$ 30 mil arrecadados através de 670 apoios, além de contribuições por fora da vaquinha. O bastante para a primeira compra do medicamento e, certamente, uma dose considerável de ânimo para seguir em frente na batalha travada contra o câncer. “Eu esperava conseguir algum valor, mas, do fundo do meu coração, não imaginava conseguir tudo o que eu precisava e muito menos tão rápido. Foram muitos compartilhamentos”, celebra.
Se a Cetuximabe salvará a vida de Letícia, apenas o tempo poderá dizer. O amor, por outro lado, já deu a letra: Letícia seguirá vivendo. Por ela e por quem a acolheu. “Me senti amada, acolhida e isso me deu forças para seguir em frente. Estou muito grata a todo mundo que ajudou. Agora tenho que lutar não só por mim, mas por todas essas pessoas que contribuíram de alguma forma.”
