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Campanha solidária garante acompanhamento terapêutico para menino autista voltar para a escola

O jovem Arthur Ilhanes de Oliveira voltará ao ambiente escolar, que a ele faz tão bem, graças à ajuda de quase 150 pessoas. O menino, que é autista, precisa de acompanhamento terapêutico para frequentar as aulas, mas está sem desde que o plano de saúde da família parou de bancar os custos. Após quase um ano sem a terapia, ele voltará ao convívio com amigos e professores depois de uma campanha criada no site Vakinha arrecadar o valor necessário para que os pais consigam pagar um profissional capacitado.

Arhur, ou Tutu como é carinhosamente chamado, é autista nível 3 de suporte e tem 8 anos. Tem grande aproximação com atividades relacionadas à tecnologia, vídeos e músicas infantis, gosta de aprender novas línguas, conseguindo repetir palavras em inglês, espanhol, russo e japonês e tem um canal do milhares de inscritos no YouTube.

Estar dentro do espectro, porém, nunca foi um impeditivo para que a família de Arthur o incentivasse a ir para a escola, espaço que frequenta desde 2018, sempre com boas notas e boa socialização. Esse desenvolvimento só foi possível porque os pais do garoto conseguiram, através de liminar na Justiça, que o plano de saúde contratado arcasse com acompanhamento terapêutico. O serviço, explica a mãe do garoto, “auxilia nos momentos que as dificuldades emocionais e comportamentais surgem, fazendo com que ele tenha a segurança de que alguém está ali para apoiá-lo quando ele não consegue se autorregular.”

Porém, em janeiro de 2024 o plano de saúde começou a atrasar as parcelas do pagamento até que, em julho, cancelou definitivamente a oferta do serviço. Sem ter como arcar, os pais de Tutu tiveram de começar a mandá-lo para a escola sem o acompanhamento ideal. Como resultado, o menino não conseguiu concluir uma única semana de aula e apresentou fortes crises. Infelizmente, foi necessário  afastá-lo das aulas, interrompendo uma evolução e uma rotina fundamentais para a vida do garoto.

“O ambiente escolar é parte do tratamento do autista. Ali ele convive com outras crianças, socializa com elas através das brincadeiras, atividades e aprende a ganhar mais autonomia. Arthur é muito querido entre os colegas e isso faz muito bem pra ele. Não raramente vemos casos de crianças atípicas sendo excluídas na sociedade, então este tipo de convívio precisa ser estimulado”, argumenta a mãe.

Campanha arrecadou valor em 5 dias

A saída encontrada foi a criação de uma campanha solidária no site Vakinha, com o objetivo de bancar os custos de um acompanhante terapêutico e, dessa forma, possibilitar o retorno de Arthur ao ambiente escolar. A ideia deu certo e, em menos de uma semana, R$ 16 mil foram arrecadados, através de quase 150 contribuições.

“Quando meu esposo resolveu no terceiro dia da campanha divulgar entre seus seguidores, o volume de doações aumentou muito rápido. Aí a surpresa maior veio, que foram muitas pessoas que sequer esperávamos, contribuindo muito, compartilhando, enviando mensagens de apoio para a família e se engajando de verdade na causa. Para nós foi uma demonstração enorme do amor que as pessoas têm pelo Arthur e pela nossa família”, celebra Talytha.