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Brasil conquista três ouros no boxe dos Jogos Pan-Americanos com mulheres cheias de história para contar

O Brasil tem feito bonito nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, tendo já superado as 72 medalhas. E, para além do metal, nossas conquistas evidenciam diversas histórias que servem de inspiração para os brasileiros. Nesta sexta-feira (27), três mulheres conquistaram o ouro no boxe: Carol Naka, Jucielen Romeu e Bia Ferreira. Em comum, elas têm o esporte como meio para superação de obstáculos e a construção de um futuro.

Disputando o Pan pela primeira vez, Caroline Almeida, a Carol Naka, não fez questão alguma de esconder a emoção de estar na competição. Estar lá, entre algumas das melhores atletas da modalidade no mundo, foi especial para ela como forma de representar a vitória após um cenário de adversidades. A boxeadora perdeu competições, em 2020, por conta do diagnóstico de Covid-19 e, antes ainda, havia sido diagnosticada com depressão, doença que a fez perder oito quilos e a obrigou a mudar todos os planos dentro do esporte.

Carol Naka já havia mostrado força de superação ao contornar este cenário e se sagrar campeã brasileira de boxe, ainda em 2020. No Pan Americano 2023, a vitória veio dando show: venceu os três rounds da final, diante da estadunidense Jennifer Lozano, levando para casa a medalha de ouro na categoria até 50 kg.

Jucielen Romeu: alfabetizada pelo boxe

boxe pan-americano

Jucielen  Romeu seguiu a contemporânea e arrasou a colombiana Valeria Mendoza, vencendo os três rounds da final dos 57 kg.  Esse é o segundo Pan Americano da atleta, que havia levado a prata em Lima, no Peru, em 2019. Natural de Rio Claro, em São Paulo, Jucielen é o exemplo claro da importância do esporte na cidadania. Foi através do boxe, modalidade a qual foi apresentada em um projeto social, que ela aprendeu e a ler e se entendeu como uma mulher negra e periférica. De luva nos punhos, foi escalando os degraus até chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e, agora, ao ouro em Santiago.

Bia Ferreira: a maior da nossa história

boxe pan-americano

 

Por fim, a baiana Bia Ferreira mostrou porque costuma entrar como favorita em todas as competições que disputa, ao levar o segundo ouro consecutivo em Jogos Pan-Americanos na categoria até 60 kg. Prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Bia é filha do ex-pugilista Sergipe e treina boxe desde a infância, na periferia de Salvador (BA), quando ensaiava os golpes em frente a um espelho. Antes de conseguir se sustentar com o esporte, trabalhou em fábricas e com reciclagem. Considerada a maior boxeadora brasileira de todos os tempos, teve sempre como marca registrada a determinação. E com ela nas luvas, buscará o ouro em Paris no ano que vem.