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Bamboozi, comunidade em Moçambique, se mobiliza para construção de escola comunitária

Enquanto a educação de qualidade não chegar em todos os pontos do globo, não poderemos dizer que vivemos em um mundo justo. E é bonito ver quando uma própria comunidade, largada à pobreza por quem tem o poder, aposta no conhecimento para transformar as próximas gerações. É o caso de Bamboozi, em Moçambique, onde os moradores se mobilizaram para construir uma escola comunitária. Uma campanha no Vakinha busca R$ 30 mil para viabilizar o projeto.

Bamboozi é uma praia que fica na província de Inhambame, localizada na cidade de Torfo. A principal atividade da comunidade é a lavoura, utilizada para subsistência. Não há água encanada e a energia elétrica é também pouca. Os moradores mais velhos são sobreviventes do abandono sofrido por Moçambique e pela África como um todo e os mais jovens vítimas do ciclo vicioso da miséria.

A criação da escola, batizada de Bamboozi ABC School, servirá justamente para oportunizar a dignidade e a chance de as crianças sonharem com um futuro melhor. Nesse sentido, a grade curricular terá como uma das bases o português, idioma falado na maior parte de Moçambique. 

Brasileiro ajuda na construção da escola comunitária

“O propósito de devolver ao ser humano a sua identidade, a sua história, sua ancestralidade”, comenta o educador brasileiro Marcelo Cunha Bueno, que ajuda na construção do projeto, idealizado pela própria comunidade local.

Inicialmente, a ideia é acolher 40 crianças e oferecer a elas educação e alimentação de qualidade. Com os R$ 30 mil buscados na vakinha, estima-se que seja possível administrar a escola, nesse molde, por pelo menos dois anos, incluindo aí o pagamento de salário aos professores. 

Vivendo de maneira nômade com a esposa e o filho, Marcelo Cunha Bueno é educador com 35 anos de atuação. Filho de professora, montou a própria escola em São Paulo e trabalha como consultor e palestrante. “Vivemos um tempo na Ásia e agora estamos na Ásia. Temos como ideia viver essa experiência de vida mais colada na diversidade e nas diferenças”, conta.

Marcelo faz questão de frisar que apenas ajuda na formação da equipe pedagógica e do currículo a ser passado na escola. O projeto é, mesmo, dos moradores de Bamboozi. “Meu trabalho é revitalizar os contextos históricos e orais que existem na comunidade, valorizando suas histórias, seus sonhos e revitalizando seus sonhos em prol da nação de Moçambique.”