A chuva que atingiu Picos (PI) na última semana levou boa parte da casa onde Rafael Campos cresceu junto aos pais, Gilberto e Noete. Móveis, roupas, eletrodomésticos, muita coisa foi embora, mas nem tudo se foi: as memórias construídas por tanto tempo e a força para se reerguer permaneceram e, junto de centenas de pessoas, a família vai se construindo. Em campanha criada por Rafael no site Vakinha, para amenizar os prejuízos e recuperar o espaço, mais de R$ 40 mil já foram doados. Ainda é possível contribuir através do link .
Ele conta, em entrevista ao Conversa do Bem, que ter uma casa própria era o sonho da mãe, da mesma forma como ocorrem com diversos brasileiros. “Então, ela representa esse espaço em que a gente se sente, de fato, uma família. Tanto que, até hoje, sempre fazemos questão de almoçarmos juntos, mesmo quando não estou lá. É algo que nos aproxima e essa casa é nosso espaço seguro”, prossegue.
Hoje com 40 anos, ele saiu aos 15 do espaço para estudar e mora em Brasília, mas permanece com o mesmo carinho de sempre. É lá que ele se sente acolhido e é lá que o caos do mundo costuma ficar para trás e ele revê as pessoas mais importantes da vida. “Mesmo estando há 25 anos sendo obrigado a viver longe deles, nossa relação nunca arrefeceu. Ao contrário: acho que a maturidade me fez ver ainda mais os esforços que meus pais fizeram, por mim e pelos meus irmãos, fazendo com que eu me sinta ainda mais próximo deles, mesmo que não vivamos na mesma cidade. Como disse na primeira resposta: é bom saber que não estamos sozinhos e eles me fazem sempre sentir que tenho pra onde voltar.
Rafael se sente acolhido com campanha solidária
Por tudo o que representa, foi natural buscar formas de recuperar a casa após a chuva. Uma das saídas encontradas foi a criação da campanha solidária no Vakinha, assim como diversos outros moradores de Picos têm feito, e a resposta veio rápido: em uma semana, já foram mais de 520 doações, somando R$ 41,1 mil destinados para a família.
O carinho faz com que Rafael sinta-se acolhida, em um momento tão desafiador. “Nunca tive dúvidas de que eu e minha família somos muitos amados, mas essa onda de solidariedade nos deixou atônitos, mas extremamente felizes. Ainda que isso não cesse o trauma, fica a certeza de que não estamos sozinhos e isso é importantíssimo em momentos delicados como esse”, reflete.
