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Professora bate meta em duas campanhas solidárias para bancar tratamento de saúde

Por duas vezes a professora Paula Alonso da Silveira recorreu à solidariedade para ajudar a bancar o tratamento contra um câncer de mama. Nas duas, pode contar a ajuda de centenas de pessoas. Em duas campanhas criadas no site Vakinha, a segunda na última semana, ela conseguiu arrecadar R$ 53 mil, através de mais de 600 contribuições. O carinho a fortalece para vencer os desafios e seguir em frente rumo à cura.

Paula descobriu a doença há seis meses, durante exames de rotina. As semanas têm sido assustadoras desde então, mas de alguma forma o sol aparece mais a cada vez que os dias terminam e começam de novo. São os filhos, um menino de 16 anos e uma menina de 3, os principais fornecedores dessa força que ela encontra para lutar pela vida. É por eles, para vê-los cresceram ao lado da mãe, que ela levanta, passa maquiagem, se arruma e parte para as batalhas.

“Pinto as sobrancelhas que caíram com a quimioterapia pois não quero que me vejam assim. Tento ao máximo manter a rotina deles. Deixar que eles esqueçam por um tempo o temporal que está passando por todos nós. Meu marido está sempre aqui, do meu lado. Segurando tudo junto, ajudando nas decisões. Não está sendo fácil para ele, tenho total consciência disso, mas são os adultos que precisam cuidar de tudo neste momento. Então… juntos tentamos manter a rotina da casa e resolver os problemas que vão surgindo a cada semana”, relata, em entrevista ao Conversa do Bem.

Carinho conduz Paula para a cura do câncer de mama

Para além do núcleo mais íntimo, Paula tem a agradecer também às tantas pessoas que vêm contribuindo para que a vitória fique mais próxima. São abraços, mãos estendidas e recursos financeiros que ajudam na realização dos exames e demais procedimentos. Aqui entram os auxílios dados pela mãe, as irmãs, os cunhados e os sobrinhos no dia a dia, além das mais de 600 doações feitas nas duas campanhas criadas por ela no Vakinha.

A primeira foi lançada em agosto, para bancar a realização de exames e quimioterapias em Porto Alegre, distante a 317 km de Rio Grande,  onde Paula mora. Na ocasião, foram mais de R$ 33 mil arrecadados, através de 400 contribuições. O valor garantiu a ela vencer a primeira parte do tratamento e se aproximar com mais celeridade da cura. Já a segunda campanha foi criada há uma semana e, em pouco tempo , já arrecadou R$ 20,4 mil, atingindo o valor necessário para a realização da retirada das duas mamas, bem como a reconstrução delas.

O carinho de quem se somou à luta fez Paula perceber-se acolhida – sentimento fundamental a quem enfrenta desafios como uma doença grave. Ver-se abraçada, compreendida e amparada por tanta gente aquece a alma e este é um remédio de tamanha importância. “Foram tantas pessoas doando, muitas orações e desejos de cura destinados a mim. Realmente me fortaleceram muito. Eu quase não tenho saído em função da imunidade estar baixa e quando saio encontro amigos a todo momento, muitas vezes pessoas que me conheciam de longe. Todos vêm querer saber como estou, perguntam e, sempre com um sorriso contagiante, me desejam o melhor na cirurgia.”

Ao todo, desde o início do tratamento já foram 18 idas ao hospital, diversas sessões de quimioterapia e, agora, uma cirurgia. Houve, ainda, diagnóstico de Covid-19, no meio do percurso, em momento que deixou a família ainda mais apreensiva. Mas Paula nunca deixou de acreditar na vitória. E ela será celebrada,  muito celebrada, por centenas de pessoas que terão vencido também junto dela.