Quando chegou ao Brasil, há 19 anos, Geraldino Canhanga tinha três grandes sonhos: cursar uma faculdade, gravar um disco de rap e lançar um livro. Com a obra “Seja Incrível” recém lançada, Kanhanga ‒ seu nome artístico ‒ já pode começar a traçar novas metas.
O jovem, natural de Lobito, província de Benguela, em Angola, chegou ao Brasil, em 2005, com uma bolsa de estudos para cursar Administração e Relações Internacionais no Centro Universitário Metodista, o IPA.
Após se formar, ele decidiu seguir no país para riscar o segundo item da sua lista de sonhos e construir uma carreira no rap.
Restava, então, lançar um livro. Já não resta mais. Kanhanga lançou Seja Incrível, no último dia 30 de novembro. A obra conta sobre as experiências do jovem negro imigrante e os obstáculos que precisou enfrentar num país novo.
Compromisso do artista angolano
O livro também é uma forma de reafirmar o compromisso do artista angolano com a assistência aos migrantes. Atualmente, Kanhanga tem um escritório em Esteio, onde recebe diversas pessoas para ajudar em pautas, como regularização de documentos, empregabilidade, segurança alimentar e aulas de português.
A ideia é fundar a Casa do Migrante e Refugiado do Rio Grande do Sul em 2025 e continuar ajudando as pessoas. Segundo ele, cerca de 250 migrantes já foram inseridos no mercado de trabalho graças ao seu suporte e parcerias com empresas privadas.
