Na correira de quem vai e chega em Porto Alegre, um espaço muito tradicional funciona há seis décadas como um refúgio. Um outro mundo formado por letras, boas histórias e boas conversas. É a Livraria Mundial, estabelecimento muito vivo na mente do povo gaúcho. Porém, com a enchente no Rio Grande do Sul, o local foi devastado, não sobrando praticamente nada. Uma campanha na plataforma Vakinha foi criada pela família que administra a loja. Em um dia, praticamente R$ 25 mil já foram arrecadados.
A história da livraria começou ainda nos anos 60, quando o pai de Halim Rihan montou o espaço. Hoje casado com Andreia, Halim trabalha no local desde os doze anos e fez dele uma espécie de porto seguro para toda a família. “Meu pai trabalha lá desde quando largou o colégio para se dedicar a ela. Desde então minha família vive dela, nós e colaboradores com mais de 20 anos de casa. Ou seja, além de nós, outras famílias viviam de lá, outras famílias ajudaram a construir aquilo que se foi em um dia”, conta Fabiano, criador da campanha.
Enchente levou tudo da Livraria Mundial
Na enchente, tudo se perdeu. A estimativa do prejuízo é, de fato, 100%. Mercadorias, móveis, tudo foi afetado pela água, assim como o psicológico e o físico da família. Um desafio que, acredita Fabiano, poderá representar um novo começo. Nessa caminhada, eles já têm recebido um carinho importante do público, que também via na livraria uma espécie de segunda casa. Em menos de um dia, a meta inicial da campanha foi batida e o valor arrecadado já chegou a R$ 22 mil.
“Tem sido gratificante saber que de fato o mundo é uma troca. Sempre focamos em ajudar o próximo, eu fiquei desde o primeiro dia na linha de frente, cheguei a entrar na água e agora receber esse carinho, é um sentimento de troca, de esperança no povo”, reflete.