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Parapan 2023: Brasil lidera quadro de medalhas e coleciona histórias

Verdadeira potência dos esportes paralímpicos, o Brasil tem quebrado recordes e feito campanha histórica nos Jogos Parapan-americanos 2023, em Santiago, no Chile. Líder do quadro de medalhas, o país tinha, até a manhã da terça-feira (21), figurado em 132 pódios, sendo 58 no lugar mais alto deles – respectivamente, 81 e 41 a mais que os Estados Unidos, segundos colocados. Os números evidenciam o bom momento e dão luz para histórias inspiradoras.

Na última segunda-feira (20), os destaques verde e amarelos foram a natação, o tênis de mesa e o judô. Nas piscinas, foram incríveis 19 medalhas, sendo oito de ouro – foram mais cinco medalhas na terça-feira (21). No tatame, o Brasil abocanhou outros seis pódios, sendo um deles no lugar mais alto. Por fim, o tênis de mesa rendeu à delegação brasileira nove medalhas, sendo três de ouro. Outros bons resultados apareceram em modalidades como o halterofilismo e o tiro esportivo.

 

Entre as tantas histórias escritas na competição, uma das mais marcantes é a da judoca Brenda Freitas. A brasileira, medalha de ouro na categoria até 70 quilos, na classe J1, para cegos totais, teve possivelmente a melhor semana da vida. Antes de disputar o Parapan em Santiago, ela já havia viralizado ao conhecer a banda favorita, o RBD. Brenda ficou cega há 17 anos, em um show dos mexicanos, e tinha como sonho assistir a outra apresentação e conhecer o grupo. A realização veio com a passagem do quarteto pelo Brasil em novembro.

Foi a partir da nova realidade que Brenda conheceu o esporte. Em 2018, ela começou a praticar muay-thai e posteriormente o judô, que ela considera amor à primeira vez em que vestiu o kimono. No tatame, contou recentemente à Agência Gov, se deu o resgate da confiança e da autonomia, perdidas junto com a visão. 

A primeira convocação para representar o Brasil veio em 2022, de forma tão emocionante quanto surpreendente. No Parapan, Brenda venceu as três lutas que disputou e levou a medalha de ouro ao derrotar a argentina Nadia Boggiano. “Estou muito feliz com essa conquista. O Parapan é um evento gigante. Vir aqui representar meu país da melhor forma possível, sendo campeã, é emocionante. Esse sentimento não está cabendo no meu coração”, afirmou também à Agência Gov.

Gabriel Araújo é exemplo


Outra história que inspira é a do nadador Gabriel Araújo, o Gabrielzinho. Com duas medalhas de ouro e dois recordes parapanamericanos nos dois últimos dias, o brasileiro é um dos nossos principais nomes desde o último ciclo: foram quatro medalhas conquistadas na última edição dos Jogos Parapan-americanos de 2019, em Lima. Nesse meio-tempo, deu para levar dois ouros e uma prata nos Jogos Paralímpicos, em Tóquio 2020. 

Gabriel nasceu com focomelia, condição que compromete o desenvolvimento natural de braços e pernas. O ingresso na natação ocorreu ainda na escola, por incentivo de um professor de educação física. Na primeira competição, em 2015, já levou três medalhas de ouro. Dali, se mudou da cidade natal, Corinto (MG), para Juíz de Fora (MG) e não parou mais – e segue querendo mais.